EQAVET é uma comunidade de prática que promove a colaboração europeia no desenvolvimento e melhoria da garantia de qualidade no EFP.
A Academia de Líderes Ubuntu é um projeto de educação não-formal orientado para a capacitação de jovens com elevado potencial de liderança, provenientes de meios desafiantes ou que neles queiram trabalhar. Pretende-se acompanhar, facilitar, enriquecer e consolidar o desenvolvimento de cada participante enquanto líder ao serviço da comunidade, promovendo competências humanas e técnicas relevantes para o seu percurso de vida.
Este projeto convida a uma viagem interior que desafia a forma como cada um se vê a si mesmo e se relaciona com os outros, tornando-se capaz de, como dizia Gandhi, lutar pela mudança que quer ver no mundo. Ambiciona formar líderes servidores capazes de cuidar, escutar, confiar e promover a reconciliação construindo pontes, promovendo sempre a dignidade humana.
A Academia de Líderes Ubuntu – Escolas Ubuntu é um programa de capacitação destinado a jovens entre os 12 e os 18 anos, desenvolvido a partir do modelo de liderança servidora e com a inspiração de figuras como Nelson Mandela, Martin Luther King ou Malala. Ubuntu é uma filosofia de origem africana que se traduz na expressão “Eu Sou porque tu És”, na valorização da interdependência e da solidariedade. Inspirada por estes valores a Academia visa desenvolver e promover competências pessoais, sociais e cívicas dos participantes, contribuindo para a sua transformação em agentes de mudança ao serviço da comunidade, ajudando a construir uma cidade mais justa e solidária.
A palavra “Ubuntu” é uma combinação de dois termos: “Ntu” que significa pessoa e “Ubu” que significa tornar-se. Esta filosofia revela uma centralidade na pessoa na sua singularidade e, simultaneamente, propõe um caminho que cada um é chamado a fazer: tornar-se pessoa. A filosofia Ubuntu torna evidente que a natureza humana tem no seu centro a relação, “ser-com-o-outro”. Acreditando que nos tornamos mais pessoa na relação com o outro.
Este caminho, profundamente relacional, que se inicia no “eu” e se completa no “nós”, inspirou os promotores da Academia de Líderes Ubuntu a propor uma interpretação, possível de ser concretizada num método que possa ajudar cada um a descobrir-se como líder Ubuntu. Assim, o método proposto passa pelo aprofundamento do conhecimento de si e das suas capacidades e forças – os três primeiros passos – seguindo em direção ao outro – os dois últimos passos, numa dinâmica perpétua e circular, onde se volta sempre ao centro de cada um, para poder ir ao encontro do outro de forma renovada e melhorada.
A prática foi confirmando as potencialidades do método que, embora aberto a melhorias e contributos, acreditamos estar suficientemente testado, avaliado e consolidado, podendo ser proposto para replicação.
O método Ubuntu aposta no desenvolvimento de cinco competências centrais, que trabalham o Autoconhecimento, Autoconfiança e Resiliência, a Empatia e Serviço. As primeiras três dimensões são mais individuais e as duas últimas mais relacionais.
Embora se dê especial enfoque às cinco competências referidas, a Academia de Líderes Ubuntu é um espaço onde se privilegia a aprendizagem e o desenvolvimento integral dos participantes, promovendo outras competências como o trabalho de equipa, o pensamento crítico e autorreflexivo, a comunicação, a resolução de problemas, entre outras.
AUTOCONHECIMENTO
Mais do que uma autoanálise intelectual, o autoconhecimento implica o reconhecimento interno de dinâmicas psicológicas e afetivas, de paixões e motivações, de medos e sonhos. A experiência da Academia de Líderes Ubuntu diz que o primeiro passo para uma verdadeira transformação de vida envolve uma viagem interior: o conhecimento de si mesmo.
Para ajudar nesta viagem são propostos momentos de reflexão individual, dinâmicas variadas e técnicas de storytelling, procurando facilitar a leitura e integração positiva da história de vida de cada participante, ajudando a ajustar a perceção que cada um tem de si próprio. Promove-se a consciência do eu presente, das transformações e crescimento pessoal, bem como a projeção do eu futuro, identificando estratégias que permitam desenvolver o potencial individual de cada participante. A consciência realista das forças e fragilidades individuais é essencial, pois é aí que assenta qualquer processo de capacitação e liderança.
“Aquele que não é capaz de se governar a si mesmo, não será capaz de governar os outros.”
Mahatma Gandhi
AUTOCONFIANÇA
Uma das consequências positivas do autoconhecimento, conduzido mediante um olhar verdadeiro e humanizador, é o reconhecimento de forças e potencialidades individuais. A autoconfiança é aqui entendida como a convicção das capacidades individuais para atingir ou realizar um determinado objetivo. Com humildade, tomar consciência das características individuais e do seu valor intrínseco, para as colocar ao serviço da comunidade. Como nos diz John Volmink, autoconfiança fala de foco e de coragem: foco no caminho que se quer trilhar e coragem para, apesar dos obstáculos, das críticas, das dificuldades, trilhá-lo.
A autoconfiança é fortalecida na medida em que, dotado de estratégias, cada um se reconheça capaz de atingir os objetivos e metas a que se propõe, cumprindo o seu desígnio no serviço ao outro. Trabalha-se para que os participantes recusem narrativas de resignação e autovitimização, recordando-lhes que são autores da sua própria história – “Eu sou o senhor do meu destino, eu sou o capitão da minha alma” (William Ernest Henley – Invictus)
“Tudo parece impossível, até que seja feito”
Nelson Mandela
RESILIÊNCIA
A superação de obstáculos é um desafio universal, diário e inevitável. A resiliência concretiza-se pela capacidade de transformar estas mesmas adversidades em oportunidades de crescimento. As dificuldades, sejam elas grandes ou pequenas, simples ou complexas, desafiam cada um a superar-se, vencer, perseverar e crescer. A capacidade de transformar obstáculos em oportunidades, de não se deixar vencer pelo desânimo ou pelo desespero, ultrapassando-os de forma saudável, construtiva e acompanhada, surge como dimensão central a potenciar durante o processo formativo da Academia.
A resiliência permite olhar para os contratempos com a certeza de que, depois de ultrapassados, fortalecerão a capacidade de lutar pelos objetivos e sonhos que movem cada um. Assim, cada desafio ou dificuldade que se enfrenta com êxito fortalece a vontade, a confiança e a capacidade de vencer as adversidades futuras.
“As dificuldades preparam pessoas comuns para destinos extraordinários”
C. S. Lewis
EMPATIA
A empatia sintetiza a capacidade de ver e entender o mundo através do ponto de vista do outro. Implica estar disponível para reconhecer a outra pessoa na sua singularidade, para se colocar no lugar do outro. Cada participante é convidado a desenvolver a competência de se descentrar, tornando-se mais capaz de compreender, escutar o outro, de sentir com o outro numa dinâmica de encontro e construção positiva. Neste sentido, é fundamental promover o encontro, aproximar realidades, desconstruir preconceitos e combater o individualismo.
É através do encontro e da relação que a compreensão, a aceitação e o respeito surgem, mediante as diferentes formas de percecionar, ver e significar a realidade. Assim, pretende-se que cada um possa entender a essência Ubuntu, na medida em que nos tornamos mais humanos quando nos aproximamos e deixamos completar pelo outro. A empatia é “a arte de se colocar no lugar do outro para transformar o mundo” (Krznaric).
“Ser empático é ver o mundo com os olhos do outro e não ver o nosso mundo refletido nos olhos dele”
Carl Rogers
SERVIÇO
O serviço é uma dimensão essencial e engloba uma forma concreta de ser e estar em relação. Ambiciona-se que cada participante Ubuntu, consciente da sua responsabilidade no mundo, possa adquirir as competências humanas e as ferramentas técnicas necessárias, para se tornar um líder servidor ativo na luta por um mundo melhor.
Conhecendo-se a si próprio, confiando nos seus talentos, acreditando na sua capacidade de superar as adversidades e sentindo com o outro, cada participante encontra-se pronto a servir liderando, promovendo e restaurando a dignidade humana. O serviço é o ponto de partida, mas também de chegada de um processo de construção individual que é circular, crescente e sempre incompleto. Torno-me pessoa.
“Eu sei que o meu trabalho é uma gota no oceano, mas sem ele o oceano seria menor”
Madre Teresa de Calcutá
As Equipas UBUNTU do AE
As EquipasUBUNTUdo AE
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